novembro 02, 2012

Tu

Se eu fosse uma criança acordaria de madrugada, vestiria o vestido mais bonito que tivesse, trançava o cabelo e correria para a tua janela. Depressa te atiraria pedrinhas para que me viesses olhar por alguns instantes. O tempo voa e nós não seríamos crianças eternamente, por isso, virias e sem dizeres uma única palavra ficávamos ali, tu do lado de dentro e eu no teu jardim, admirando o amor que ali se construía. Como nunca foi possível o nosso encontro enquanto crianças, cruza-mo-nos já adultos, num café banal que ambos ainda frequentamos. Foram trocadas meia dúzia de palavras e depressa me ocorreu que tu tinhas aquilo que eu queria. Realidade. Tudo agora é azul e vermelho aos meus olhos, excepto o castanho dos teus. Fizeste-me questionar o porquê de acenderem os candeeiros quando a luz das estrelas é a luz mais bonita da noite, fizeste-me questionar o porquê de te esperar eternamente quando eu sei, com todas as certezas do meu ser, que a eternidade é pura ilusão. Mas tu não. Tu não. Fizeste-me sentir como se não soubesse nada sobre amor, quando eu pensei um dia ter amado alguém, descobri que esse sentimento agora é muito pequenino comparado com tudo isto. Sinto que estou a aprender a andar novamente. Nunca antes tinha tido uma pessoa constantemente no meu pensamento sendo, deste modo, a primeira em que penso quando acordo, e a última quando me deito. Esse és tu, sim, és tu. Como fizeste isso? Desejo aproveitar todos os segundos destes sentimentos e continuo a achar que muito me escapa entre os dedos das minhas pequenas mãos. Mas oh, se eu fosse uma criança, vestisse o vestido, trançasse o cabelo e corresse para a tua janela, esperaria que chegasses, esboçava-te um doce sorriso, moveria os meus lábios e faria com que percebesses o que te digo, mas só se eu fosse criança. Agora somos adultos, e eu vou beber café contigo, vou sentir o calor das tuas mãos, o sabor dos teus lábios, a protecção do teu abraço, e o batimento do teu coração. Porque para mim, tudo é azul e vermelho. E o homem perfeito não existe, mas és tu. És tu.

4 comentários:

André disse...

grande sis, grande.

Diana Filipa Fonseca disse...

Não és uma criança mas acho que podes e deves fazer tudo isso e ainda mais :)

Rosie disse...

Querida Maria, volta a escrever, andas desaparecida ♥

Rosie disse...

Dezembro é por si um mês de amor, um mês carinhoso e queria deixar-vos um miminho, umas palavras queridas. Espero que este vosso último mês esteja a ser de longe melhor que o meu, espero igualmente que todos os vosso planos para este ano que está prestes a acabar se tenham cumprido e que tenham sido felizes. Não liguem aos quilos a mais e comam de tudo, do bom e do melhor, os doces da mãe e da avó, os cozinhados do pai e do avô(...) passem o melhor Natal possível e não falo em prendas, desejo apenas que haja amor, felicidade, harmonia e tudo o que possa haver de sentimentos bons. Com tudo isto, um Feliz Natal junto das vossas famílias ♥

Beijinhos grandes,
Rosie ♥