pinky promisse.

Está uma manhã tão fria que mal me sinto. Mal sinto a língua dentro da boca, enrola e não sai aquilo que quero dizer. Não queria mandar-te embora, tu devias ter percebido que na verdade queria que permanecesses do meu lado sem dizer nada, só para me sentir segura e capaz. Mas tu levantas-te e foste embora, deixaste-me ali sozinha, só porque eu disse "nada." Não sei que fazer, nem que te dizer mais. Queria que entendesses, que fosses homem suficiente e corajoso, que não te acobardasses na tua vergonha e te inclinasses para a escapatória. Achas justo? Sorrires-me dessa maneira e recusares-me carinho? Eu não acho, mesmo nada bem. Mas tu não és homem suficiente e corajoso. Permaneces na insignificância porque é o local mais seguro para ficares pois também tu já foste magoado. Doeu, não foi? Sentiste uma faca trespassar esse teu peito congelado pelo tempo? Sentiste a dor da solidão aconchegar-te a cama? Bem, o que temos em comum é mais do que alguma vez pensarias ser possível, uma oportunidade não nos faria mal nenhum. Quem sabe não desse certo e fossemos de facto muito felizes? Mas eu não entendo porque ficas tão frio e incapaz de sentir tudo aquilo que eu sinto, admitires que isso são sentimentos a mais e que o escudo que te envolve o coração é demasiado forte para ser quebrado. E queria eu ser uma guerreira, agir como lutadora invencível e provar-te o contrário, mas não. Não sou capaz. O tempo escasseia e estas linhas não te dizem tudo aquilo que eu queria que soubesses. Tu prometeste que não me deixarias sozinha. Por favor, quebra.