muito cedo.

Nada me assusta agora. Gostava de te dizer. Gostava de te dizer agora, neste preciso momento o que estou a sentir. E estou a sentir saudades tuas, porque há muito que nada me dizes, sinto saudades da tua voz, das tuas gargalhadas, sinto falta do teu cheiro na minha roupa, porque significava que me tinhas abraçado durante muito tempo. Sinto falta de quando gozavas comigo ou de quando, no mais ínfimo gesto mostravas que eu sou importante. Há muito que não te vejo, há muito que não te oiço dizeres que és muito bonito. Com toda essa tua segurança....Oh, eu sinto mesmo a tua falta, e mata-me admito-lo. Mata-me dar-te a ver a minha parte fraca e sensível, mas eu... Eu sinto de facto a tua falta, e não há nada que eu possa fazer para evitar isso. Dá-me um pedaço da tua alma, não ta peço por inteiro. Não te quero vazio. Dá-me o pouco que me deste um dia e metade do que não chegaste a dar. Sabes que nunca te pedi muito, nunca te exigi nada, e sempre te dei imenso. É difícil não sentir quando o sorriso é tão sincero e caloroso. Fica difícil manter aquela suposta certa distância, aquela que pensamos que nos dá a possibilidade de escolher se nos deixamos entregar ou não, e é errado pensar desta maneira. Mas mesmo assim, é muito difícil. Há sempre um "mas" em tudo o que escrevo, em tudo o que sinto, em tudo o que quero dizer. É tão doloroso recusarmos o que sentimos, pôr-mos de lado como se de um objecto se tratasse. E este meu coração já tanto me dói, dói de uma maneira que eu não consigo descrever, nem mesmo que eu quisesse. Já tive tanto. Um dia eu vou embora de vez, e tu não vais reparar, ou então vais e não vais querer saber. Pouco me importa, porque eu estou cansada de esperar por ti. Mas ainda é cedo para dizer adeus.