junho 28, 2012

O livro da vida.

A vida é um livro meio chato de preencher. Levei algum tempo a perceber isso embora sejam muitos os espinhos cravados no meu corpo. Uma dose de optimismo sempre me ajudou. É contraditório se disser que sou pessimista, por isso, digo que sou uma sonhadora com os pés bem assentes no chão. Já lá vai o tempo em que queria tudo de uma só vez. Ao que parece, os anos foram passando e agora aqui me encontro, na mesa de um restaurante barato a preencher umas folhas vazias com a esperança de que as coisas corram como o planeado. Não sou mulher de esquemas. E descobri agora que também não sou mulher de jogos. Talvez por este motivo perca tanta e tanta vez. Apesar disso, sinto-me uma lutadora. Escrevo até que os dedos se cansem e a inspiração se acabe, porque o livro da vida é chato de escrever mas não são só espinhos que eu trago no corpo. Mais importante que isso são as cores que tenho no olhar, o cheiro a flores que se entranha na pele e o amor que guardo no coração. O mundo é um sítio muito bonito para se escrever, está cheio de histórias e pessoas, cheio de verde, azul e vermelho. Está cansado e estragado. Ainda assim, lindo e firme. Quem disser que não vale a pena viver não tem as folhas do livro numeradas. Se há coisa que eu aprendi, é que é preciso começar por algum lado. O princípio é um caminho duro, mas garanto que é o mais acertado. E não importa quantas vezes caíste, quantas pedras te atiraram, nem quantas feridas trazes por sarar. No fim, vês que valeu a pena, sentas-te no sofá, descansas... Quando olhares à tua volta descobres que o final desse livro chato, é o que tu mereceste. Só os tolos têm as coisas de mão beijada e se contentam com isso.

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