setembro 22, 2011

precipício.

- Iludiste-te não foi?
- Sim, foi. Mas vai passar.
- Tem de ser, sabes que sim. Porque é que tenho a impressão que me está a escapar algo?
- É que eu não entendo o porquê! Nem me deu tempo de chegar perto do precipício e atirar-me de cabeça. Confunde-me o tempo todo e sinto até que brinca comigo, demasiado. Eu não sou um boneco, estou com raiva, estou desiludida, estou triste, e quero o estar de novo com o vazio.
- Preferes assim, jogar pelo seguro, esperar pelas cartas mais altas, e desistir. Porque no fim de contas, é o que estás a fazer, desistir.
- Hoje mesmo tratarei disto.
- Meu caro, só vais abrir mais a ferida, e tu és um coração tão frágil, não achas que devias dar tempo ao próprio tempo?
- Não, cheguei ao precipício, nada tenho a perder.

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