o medo

Enquanto dormia no sofá, exausta e sem forças, sonhei que me tentava salvar, a mim e a dois outros seres, dos quais eu nem sequer me lembro. Mas sim, eu fiz de tudo para nos ajudar, e isso até parecia importante, se eu não tivesse acordado e visto que afinal, eu não salvo ninguém nem a minha pessoa. E ás vezes sinto a necessidade de ser salva, ás vezes, quando o frio me percorre a espinha e me gela os pés, eu sinto que preciso que alguém se deite ao meu lado, me abrace e me dê a mão, sinto que preciso que alguém se enrosque comigo nas mantas sobre a cama, e que me acolha e me proteja só por aquela noite, só para sempre. Mas isto sou eu a pedir  muito, a sonhar demasiado alto. De qualquer maneira, acho que não é pedir muito, um pouco de amor, um pouco de carinho, um pouco de sinceridade. Sim, sinceridade. No entanto, continuo na minha, e já dizia alguém que não existem pessoas perfeitas quando tudo aquilo que eu peço, não é quase nada. Mas se eu for a ver bem, o egoísmo do ser humano é cada vez maior, e todos têm de se dar, mas quando chega a altura de eles se darem a alguém, aí o caso muda, aí o envolvimento é maior, sentimentos não mordem, mas moem quando tem de ser.